A contratação de Yeferson Soteldo representa uma marca no Grêmio. O meia-atacante é o primeiro venezuelano na história do clube gaúcho. Até então, a Venezuela era o único país sul-americano (dos que integram a Conmebol) que nunca teve um atleta a vestir a camisa tricolor.
Para o jogador, é a chance de retomar os bons momentos de outrora. Desde que voltou ao Santos, em meados de 2022, o desempenho de Soteldo foi discreto em campo e com polêmicas fora dele. Sem falar em uma temporada marcada por lesões e o rebaixamento inédito do Peixe.
Foram 39 partidas do venezuelano em menos de um ano e meio no Santos, com apenas um gol. Por outro lado, contribuiu com nove assistências. No departamento médico, sofreu lesão muscular que o tirou da reta final da temporada 2022. Neste ano, passou por cirurgia no ombro e teve novos problemas clínicos, além de extracampo.
Soteldo chegou a ser afastado por indisciplina, enquanto Paulo Turra era técnico do Santos. Desde a reestreia do camisa 10, o time paulista fez 78 jogos, entre 2022 e 2023. Como participou de 39, o venezuelano esteve em exatamente 50% dos compromissos da equipe.
Primeiro reforço anunciado pelo Grêmio para 2024, Soteldo chega com status de titular. Com saídas no ataque, o Tricolor viu uma lacuna no setor e a iminente necessidade de contratar. Pela qualidade e também por características, o ex-santista se credencia a um lugar no time.
Destro, Soteldo costuma jogar da extrema esquerda para o meio, com o "pé trocado". As características de drible e velocidade atendem o desejo de Renato Portaluppi. O treinador escalou o Grêmio algumas vezes este ano sem esse tipo de jogador e chegou a mudar o esquema por não ter uma alternativa na função.
Durante a temporada, o comandante apontava a dificuldade sem um jogador com essas valências. Principal opção, Ferreira demorou a deslanchar no ano. Alvo do São Paulo, aliás, o atual camisa 10 pode dar adeus ao clube e deixar o simbólico número para o venezuelano.